teus
guardo rascunhos
rasgo espelhos
quando rodeio
entre os casais
sinto concreto
toda lembrança
dos teus pentelhos;
me baseio
no não ser
não ouvir
dizer não
mas, fazer.
quebro réguas
meço inteiros
de nada saber
e tudo.
Pierre Tenório
domingo, 31 de agosto de 2014
sábado, 30 de agosto de 2014
VENDAR
flutuara
em atmosfera
distante
astronauta
em paralelos
de sentir
adiante.
não quero ser deus,
sim eu.
não quero ser eu,
sim deuses.
não quero perder
ganhando a face,
nem quero ganhar
perdendo a classe
[equilíbrio eloquente;
palinóia inerente]
não quero chorar;
orvalho.
não quero sorrir
trancado.
só sei o que quero
quando não sei.
Pierre Tenório
flutuara
em atmosfera
distante
astronauta
em paralelos
de sentir
adiante.
não quero ser deus,
sim eu.
não quero ser eu,
sim deuses.
não quero perder
ganhando a face,
nem quero ganhar
perdendo a classe
[equilíbrio eloquente;
palinóia inerente]
não quero chorar;
orvalho.
não quero sorrir
trancado.
só sei o que quero
quando não sei.
Pierre Tenório
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
amor de cão
tenho dois amigos
cães
que me levam para casa
me lambem
e rasgam minha roupa
sem querer
não falam nada
mas, fazem sentir
como muitas
mães
não.
tenho mais de três amigos
cães
uma delas já pariu
tantas vezes
que não consegue
carregar suas tetas
de tanto
amor, para dar
como muitos
amantes
não.
outro, morreu
de doença, sofrido
incompreendido,
bem cuidado e
amamentado
como muitos
outros
não.
a outra
foi sacrificada
morta e
sepultada.
filhotes adotados
alguns
tão bem cuidados
tantos
amargurados.
os que vivem
nas ruas, são
os meus amigos
marginalizados.
como é bom
ser cão,
nesse mundo
humano.
Pierre Tenório
tenho dois amigos
cães
que me levam para casa
me lambem
e rasgam minha roupa
sem querer
não falam nada
mas, fazem sentir
como muitas
mães
não.
tenho mais de três amigos
cães
uma delas já pariu
tantas vezes
que não consegue
carregar suas tetas
de tanto
amor, para dar
como muitos
amantes
não.
outro, morreu
de doença, sofrido
incompreendido,
bem cuidado e
amamentado
como muitos
outros
não.
a outra
foi sacrificada
morta e
sepultada.
filhotes adotados
alguns
tão bem cuidados
tantos
amargurados.
os que vivem
nas ruas, são
os meus amigos
marginalizados.
como é bom
ser cão,
nesse mundo
humano.
Pierre Tenório
PURGATÓRIO
Pude sentir a ira nas expressões faciais daquela mulher,
de uma hora pra outra ela batia o martelo com mais força,
o prego caía e ela continuava batendo com força o martelo,
até quebrar as paredes.
E nas paredes do deserto ensolarado por SETE DIAS E SETE DIAS,
SEM NOITES, me tornei uma sombra escura e maldita, perseguida
por corpos a procura de uma, como quem corre do sol de um
dia-meio
corrido, sem teto e
sem tato.
Ela faz de conta, sorri e corre pelos campos secos
até que sedenta, senta sobre uma linda pedra preciosa
sem nenhum valor e adormece;
sonha com uma noite inteira
procurando conchas, pois havia um
mar;
de pesadelo bebe um pouco daquela água
salgada e sorri de si
e do deserto de si.
Acorda no sétimo dia, rastejante
a procura de uma sobra de parede que
a trouxesse sombra, mas, a ultima que restava,
ela derrubou com uma
martelada;
antes de morrer
Pierre Tenório
Pude sentir a ira nas expressões faciais daquela mulher,
de uma hora pra outra ela batia o martelo com mais força,
o prego caía e ela continuava batendo com força o martelo,
até quebrar as paredes.
E nas paredes do deserto ensolarado por SETE DIAS E SETE DIAS,
SEM NOITES, me tornei uma sombra escura e maldita, perseguida
por corpos a procura de uma, como quem corre do sol de um
dia-meio
corrido, sem teto e
sem tato.
Ela faz de conta, sorri e corre pelos campos secos
até que sedenta, senta sobre uma linda pedra preciosa
sem nenhum valor e adormece;
sonha com uma noite inteira
procurando conchas, pois havia um
mar;
de pesadelo bebe um pouco daquela água
salgada e sorri de si
e do deserto de si.
Acorda no sétimo dia, rastejante
a procura de uma sobra de parede que
a trouxesse sombra, mas, a ultima que restava,
ela derrubou com uma
martelada;
antes de morrer
Pierre Tenório
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
ABISSAL
inerte
em meio aos escombros
relembro
o final dos contos
que escrevi.
deleto
inícios
e iniciais;
insulto
os meios
dos meus enredos,
desesperado
desprezo
o tempo
e os vãs momentos
que não vivi.
quebraste a casa
e minha cara
rasgaste as roupas
e minha tara;
meu coração
ficou
intacto.
Pierre Tenório
inerte
em meio aos escombros
relembro
o final dos contos
que escrevi.
deleto
inícios
e iniciais;
insulto
os meios
dos meus enredos,
desesperado
desprezo
o tempo
e os vãs momentos
que não vivi.
quebraste a casa
e minha cara
rasgaste as roupas
e minha tara;
meu coração
ficou
intacto.
Pierre Tenório
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
sábado, 16 de agosto de 2014
SONETO ELEITORAL
destruí minhas coroas
pés descalços sob o trono
decretando o que não soa
em discursos enfadonhos.
desisti deste reinado
em suicida estratégia,
poder sobre a humanidade
transmutou-se em tragédia?
toda forma de atacar
diluída no massacre
do perigo de votar;
toda forma de abrigo
construída a partir
de um coração sem partido.
Pierre Tenório
destruí minhas coroas
pés descalços sob o trono
decretando o que não soa
em discursos enfadonhos.
desisti deste reinado
em suicida estratégia,
poder sobre a humanidade
transmutou-se em tragédia?
toda forma de atacar
diluída no massacre
do perigo de votar;
toda forma de abrigo
construída a partir
de um coração sem partido.
Pierre Tenório
Assinar:
Postagens (Atom)