é quase inacreditável a possibilidade de me leres
mesmo assim a esmo te escrevo idiotamente, e quando
o faço é como se a lua beijasse as tuas mãos intocáveis.
hoje estou bem, quase como sempre narrando o nada, ponto
e vírgula, não te amo mais, ou acho que, prefiro escrever pra você.
não sei se só passa de... não há mais tempo para não seisss.
desde que foste desaprendi escrever muito, olho as paisagens,
faço fogueiras, clamo aos quatro ventos tua volta.
inutilmente danço.
preciso de você para escrever mais, uso muitas vírgulas,
eu quero mesmo que você me leia, ninguém mais.
escrevo para. paro. reparo tua felicidade e me agrado
contemplando o teclado. descalço as músicas do teclado quase
em piano, eu grito, grito pro mundo todo ouvir.
ninguém ouviu, ninguém, caso leias, é apenas um retrato
de amor em vão, clichês de poemas e cartas de amor.
meu coração já foi quebrado tanto que parece vírgulas ao chão.
você sabe o quanto te amo e nunca vou deixar que isso
me acabe.
caem lágrimas de céu, o céu em pedras me desmanchando.
sou uma letra de música mal traduzida que em silêncio
te ama e diz que precisa de você, mas você não faz nem ideia
o quanto as paredes me olham.
nunca mais me tocas. isto não é uma carta de amor, é um desespero
em vírgulas. uma narrativa de como não te encontrar, de como nunca
mais te encontrar. nunca mais te encontrar. uma narrativa de como
nunca mais te ver.
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