soltar teu abraço
me dá um dó
na garganta

pierre

UM FORRÓ

tua voz
harmoniza
as palavras

quando me falas
ou quando calas

minha boca
com um beijo

comum, no meio
do incêndio
junino

por entre
casais
casuais.

Pierre

DIGITAL

meu nome escondido
na carta de amor
que nunca enviaste

meu nome escrito
à mão, pela tua
uma obra de arte

letra por letra
parte por parte

parte saudade

meu nome em imagem
da tua
imagem

e sempre quando te ligo
meu nome soa perigo.





pierre

no seu 13º namorado
olhos cor de abismo

riso de menina
se apaixona
pela cocaína

disso nos ensina
que não se morre
de amores

pulou do 14º andar
caindo em cima
de uma árvore

devastando o ninho
cheio de passarinhos

sobreviveu agarrada
pelos galhos
e ilesa me contou
isso sorrindo.


pierre

faz de conta que morri por algum dos poemas
que você me cortou, com os pés pela mata mantive
letra por letra da mesma letra do mesmo poema da mesma
imagem da mesma miragem da mesma poeta

sangrei até calar não perdi os sentidos
desrespeitando os motivos me dando, doando, falando
calando as coisas as causas os causos
nossa dor

sempre quando me matas renasço
enfeitiçada pelo fogo pela água
pelas pedras
arejada

num encontro, desencontro
onde os corpos, entre corpos
se besteiram
se bocejam
se indagam

tanto faz
se conheces
o mundo

tanto faz
quando tu
te conheces

pierre tenório

não desisto
por amor
ao que sinto

(Pierre Tenório)

invento
pois não
aguento.

(Pierre Tenório)

QUEDA LÍRICA
Levei o boy
pra brincar
na pracinha
do skate

Caiu nos
meus braços
em tom
de falsete.


pierre tenório