antes de ir 
perfumei as louças uma 
por uma como em cada refeição
sempre esperei um feedback e
parecia que você sempre amava
o que comia, no entanto nunca 
disse eu te amo com as mãos 
firmes, as vezes deixava cair
um talher e aquilo doía nos meus 
ouvidos. 
cozinhei o último miojo
do armário e com gosto 
lambi o prato em que cuspi
parecia morbidez de cinema 
mas, eu sentia cada grão
de energia que ali brotava
de mim, de nós, de quando 
nunca fomos nós. de como 
estávamos tristes
embora à ti escreva 
não penso mais em ti 
o convite para entrar 
ansioso espera o de sair.
ninguém segura a mão de ninguém
(Pierre Tenório)
 
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