amo tanto quando 
o poeta escreve
e já não tem nada 
para nos dizer
amo quando o poeta se sente poeta 
também quando o barbeiro fala 
enquanto quase corta meu pescoço
prefiro o momento 
que fica entre o dedo 
e a tecla
pra quem decidir 
não entender 
eu o chamaria 
de indecisão 
aula de indecisão
no fim do poema 
amo de verdade 
tudo que o poeta 
não escreve
amo quando ele enfia o dedo no cu.
(Pierre Tenório)
 
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