domingo, 26 de agosto de 2018

Beija flores
sobre meu colchão
O vazio da rua sem saída
A pedra presa no corpo
de outra pedra
A mão tocando as costas
como Deus a sua obra

Ansia de comer tijolos
um sobre o outro, feito casa
A asa fincada na vértebra
o corpo despido de calma
Meu peso suportando o desprezo
desliza como semente
O  reconhecimento do amor
engolido pela saliva.
Tudo escorre

(Pierre Tenório)

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