Beija flores
sobre meu colchão
O vazio da rua sem saída 
A pedra presa no corpo 
de outra pedra 
A mão tocando as costas
como Deus a sua obra
Ansia de comer tijolos
um sobre o outro, feito casa 
A asa fincada na vértebra
o corpo despido de calma 
Meu peso suportando o desprezo
desliza como semente
O  reconhecimento do amor 
engolido pela saliva.
Tudo escorre 
(Pierre Tenório)
 
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