por um piscar pensei 
por um mudar de página pensei de novo 
que o garoto estava a escrever um poema na página do seu caderno de folha reciclável bem na minha frente 
quase diante da má lida dos meus olhos que não decifraram tal código no auditório em singular firmeza no deslizar do cometa sobre o chão do braço da carteira riscada onde peixes saúdam a escuridão com suas barbatanas cor de córneas lentamente
eu era a única pessoa que pensava em ler aquilo em poema que não se escrevia por aquela mão
O braço da cadeira possui linhas aéreas venosas 
meu cabelo espera 
e as canetas não ultrapassam o repouso das minhas unhas enquanto dançam a espera da caneta entre os dedos enquanto morrem essas vivências
Pierre Tenório
 
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