domingo, 30 de dezembro de 2018

perdi a conta
do quanto te
escrevo

sempre com cuidado
para que nunca
entendas.

(Pierre Tenório)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

TRANSEUNTE

comprei
uma boceta
de borracha
para te
seduzir
feito raxa
a grana
não deu
para peitos
inda assim
não trabalho
de graça
eu sou
quem você
procura
quando sai
sozinho
pelas ruas
meu amor
é um faz
de conta
depósitos
digitais
compras.

(Pierre Tenório)


















quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

este poema
é pra minha ex

um presente
no passado

minha ex não é minha
nunca foi

mesmo antes
de perder a vez

eu dizia que amava
e não era de mentira

e mesmo que fosse
o amor é bom
mesmo de mentira

eu não quero voltar
só quis deixar essa mensagem
tatuada no papel

peço a compreensão
do meu namorado
este poema também
é teu, amor

pra quando você
se transformar
no meu ex

o futuro é assim.

(Pierre Tenório)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

CA$HÊ

olho o saldo
congelado

nada consta
pela conta

vendo a vista
me mascaro

a vergonha
desaponta

quando aparece
trabalho

pagam menos
do que valho

faço tudo
me entrego

de flor em flor
despetalo

fardo em pétalas
carrego

canto, declamo
me calo

confesso
não sou barato

conversando
solto o verbo

não sou bom
negociante

tô mais pra lá
que amante

receber
só quando rezo

o calor
não me excita

e rio mesmo
quando o clima

fica abaixo
abaixo de zero.

(Pierre Tenório)
AS VEZES

a gente
precisa
de abraço
romper
distâncias
desatar
laços
quebrar
silêncios
gritar
calado
tocar
quem ama
em gestos
vastos.

(Pierre Tenório)

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

SERENO

quando algo perde
o significado

não se desespere
sinta o contrário

olhe para o céu
e faça um pedido

não espere nada
tudo está perdido.

(Pierre Tenório)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

A FOME DO SOL

o sol acordou comigo
mostrando algo bonito

que distante parecia
perto do pé do ouvido

aquebrantando o silêncio
veio pra lumiar

sua voz tão ardente
tudo sabia falar

tocando o pensamento
rememorando momentos

disse que estava cansado
da escuridão do espaço

e que queria meu corpo
pra incinerar com abraços

até fazer parte dele
e não desaparecesse.


(Pierre Tenório)