sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O som das incertezas envolve os ouvidos,
com sua firmeza irreal, calmamente sôa.
E é levemente calado, por qualquer sopro desafinado,
vindo dos teus lábios, beijados por qualquer pessoa.
Exceto os meus, que ficam solitáriamente calados,
esperando o momento certo, de afina-los!

Pierre Tenório

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Os ventos do sertão
refrescam os segredos
queimados pelo sol
do verão.

A seca que abrigamos
floresce inesperada
com a chuva do amor
que guardamos.

A vida severina
revela a doce face,
olhar gigante,
do menino-menina.

Pierre

sábado, 1 de dezembro de 2012

Entre linhas livres
Entre mundos tênues
Entre as nossas sinas
Abismos existem
De expessuras finas

Desconjuntando os sentidos
Omitindo as ideias
Censurando a Partilha
Evitando Plateia

Externidades Implícitas
Sujeira cabulosa
Calamidades Mortíferas
Entre as nebulosas

Desníveis sociais
Transfiguração
Entre seco e molhado
Nos perdemos então

Pedaços de universo
Quebrados pela razão
Sentindo-se submerso
No mar da desilusão

Harmonias Complacentes
Tecnologias Favoráveis
Ao nosso amor crescente
Sentimentos miseráveis

Pierre Tenório

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Incisivamente,amor invisívelmente
chega silenciosamente,
continuamente,
vagarosamente,
decididamente
ser realmente paciente.
O amor é paciente,
é o conformismo inconformado.
O amor é o conformismo inconformado.
A paciencia impaciente
A esperança renascente
O amor é a minha lombra predileta.
O mistério mais claro
que olhos nos olhos desperta.

Pierre Tenório

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Meu eu descompleta minha alma incompleta!

Pierre Tenório

sábado, 24 de novembro de 2012

Uma hora ele cansou de viver acordado, e resolveu dormir pra sempre.

-Ele vive dormindo agora?
-Sim.
-Por isso ele é desse jeito?
-Desse jeito como?
-Estranho.

-Ele só pode amar, nunca ser amado, entendeu?
-Que triste.
-Mas ele está dormindo, não sente.

-Que estranho, dormir acordado.
-A única forma dele ser amado, é sonhando acordado.

-E como ele morre?
-Só quando acordar.

Pierre
Princípios rompidos num desejo
Escondidos nos portões da alma
Vontade crescida num lampejo
Vagando nos corações sem calma

Obscuridade alucinada
Cega caminha atravessando
A ponte dos mártires sem nada
Sentimentos a pó se desmanchando

Nervos de tecido em fitas coloridas
Envolvem por completo tuas cristalinas
Num universo de encontros e despedidas

Uma nascente de larvas amorosas
Escorre vagarosamente silenciosa
Mirando o meu peito, virtuosa


Pierre