ABATE
abri minha caixinha de segredos
não há mais nada a ser guardado
nos meus olhos rio adentro
morro aos poucos afogado
meu sorriso imperfeito
é como portas fechadas
de nada mais sou capaz
cortaram as minhas asas;
agora posso fingir de verdade.
Pierre Tenório
sexta-feira, 26 de junho de 2015
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Pendurado no pescoço
o colar que tu fizeste
mesmo despido de tudo
somente ele me veste
e me enfeita
Pintei meus lábios de vermelho
para inibir a palidez da alma
olhando fixamente o espelho
não vi reflexo de nada
tudo estava na memória
Tive que me despedir
não suporto tua felicidade
o que sinto não é amor
é a doença vaidade
sem sentido
Arrancaram meus alicerces
destruíram o telhado
sou paredes sem lençol
esperando do sopro divino
algum milagre.
Pierre Tenório
o colar que tu fizeste
mesmo despido de tudo
somente ele me veste
e me enfeita
Pintei meus lábios de vermelho
para inibir a palidez da alma
olhando fixamente o espelho
não vi reflexo de nada
tudo estava na memória
Tive que me despedir
não suporto tua felicidade
o que sinto não é amor
é a doença vaidade
sem sentido
Arrancaram meus alicerces
destruíram o telhado
sou paredes sem lençol
esperando do sopro divino
algum milagre.
Pierre Tenório
quinta-feira, 18 de junho de 2015
quinta-feira, 11 de junho de 2015
GUARDA
podes ficar com nossos filhos
e dizer que eles são seus
se quiser presenteá-los
para uma má família
ou deixar em alguma rua
sem lixeiras vazias
fique a vontade;
se quiser pode guardar
os nossos sêmens
pra jorrar ou despejá-los
n'outros jarros
fique à vontade pra apagar
os nossos rastros
e colher flores só suas.
Pierre Tenório
podes ficar com nossos filhos
e dizer que eles são seus
se quiser presenteá-los
para uma má família
ou deixar em alguma rua
sem lixeiras vazias
fique a vontade;
se quiser pode guardar
os nossos sêmens
pra jorrar ou despejá-los
n'outros jarros
fique à vontade pra apagar
os nossos rastros
e colher flores só suas.
Pierre Tenório
terça-feira, 9 de junho de 2015
POEMA VULGAR
dá uma de hétero e quando fica bêbado dá o cu
paquera os machos na mesa, arrasta qualquer cafuçu
namora meninas fáceis, por pura pressão dos amigos
em relacionamento sério, chupa até os desconhecidos;
os olhos da bicha são tristes,
não negam que não resistem
e a cada homem que passa
entrega sua desgraça;
me disse um certo dia
que iria assumir
nosso amor para o mundo
mas, não que iria fugir;
de tanto beijar meu pau
perdeu a noção da hora
enquanto eu me apaixonava
vestia-se e ia embora.
por não se dar ao respeito
o crucifiquei em meu leito.
Pierre Tenório
dá uma de hétero e quando fica bêbado dá o cu
paquera os machos na mesa, arrasta qualquer cafuçu
namora meninas fáceis, por pura pressão dos amigos
em relacionamento sério, chupa até os desconhecidos;
os olhos da bicha são tristes,
não negam que não resistem
e a cada homem que passa
entrega sua desgraça;
me disse um certo dia
que iria assumir
nosso amor para o mundo
mas, não que iria fugir;
de tanto beijar meu pau
perdeu a noção da hora
enquanto eu me apaixonava
vestia-se e ia embora.
por não se dar ao respeito
o crucifiquei em meu leito.
Pierre Tenório
domingo, 7 de junho de 2015
segunda-feira, 1 de junho de 2015
PROTAGONISTA DUBLÊ
não pude afirmar
que fui escolhida
para no poema
ser tua querida
mas, ligeiramente
logo percebera
que haviam pedaços
meus, na cabeceira
da cama onde dormimos
finas pernas, sem rangidos
espelho sem reflexo
lençol inútil, fino.
as poucas linhas do texto
que vi naquele teu livro
contemplaram meu ensejo;
não deveria ter lido.
a mão que súbita exita
tocar profundas feridas
é a mesma que digita
falas desconhecidas.
Pierre Tenório
não pude afirmar
que fui escolhida
para no poema
ser tua querida
mas, ligeiramente
logo percebera
que haviam pedaços
meus, na cabeceira
da cama onde dormimos
finas pernas, sem rangidos
espelho sem reflexo
lençol inútil, fino.
as poucas linhas do texto
que vi naquele teu livro
contemplaram meu ensejo;
não deveria ter lido.
a mão que súbita exita
tocar profundas feridas
é a mesma que digita
falas desconhecidas.
Pierre Tenório
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